terça-feira, 26 de outubro de 2010
RESENHA: Resignificando as determinações históricas da seleção de pessoal
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Psicologia: ciência e profissão – A avaliação da profissão, segundo os psicólogos da área organizacional
ANDRADE, Jairo Eduardo B. Psicologia: ciência e profissão – A avaliação da profissão, segundo os psicólogos da área organizacional. Versão impressa ISSN 1414-9893. Psicol. Cienc. Prof. V.10 n.1, Brasília, 1990.
Parte-se do pressuposto da insatisfação com o estado atual, tanto na remuneração quanto das atividades desenvolvidas com as condições sociais, econômicas e culturais da atuação deste profissional no exercício de sua profissão.
A análise que se empreende está colocada na perspectiva que passa pelo status profissional, as dificuldades profissionais, as diferenças entre a área organizacional e as demais áreas e os desejos de mudança profissional.
O status profissional mostra uma opinião favorável com relação ao item prestígio da profissão junto à comunidade, e uma pontuação menor com relação a adequabilidade da remuneração. Em comparação com outras áreas de atuação do psicólogo, verifica-se que a área organizacional é bem mais adequada do que as demais.
Os problemas organizacionais demandam da presença do psicólogo que saiba lançar mão dos conhecimentos acumulados da Psicologia em um contexto social e interdisciplinar. Então se verificou na pesquisa que as maiores dificuldades relativas à formação e experiência na área organizacional está ligada à falta de vivência administrativa e a falta de conhecimento da realidade sócio-econômica. Outras dificuldades sentidas tange na falta de informação de outros profissionais no papel do psicólogo como agente contribuidor dos processos. Esta última questão refere-se tanto aos profissionais organizacionais como de outras áreas ligadas à psicologia.
O exercício das atividades de trabalho pelo psicólogo organizacional têm sido restritos, precários e deficientes. Uma implicação colocada na pesquisa foi a falta de infra-estrutura para que o profissional possa desenvolver seu trabalho, isto vale para todas as áreas. Os limites no preparo para a atuação, em muitos cursos de Psicologia, não ultrapassam as linhas demarcadas pela seleção e orientação profissional, o que vale uma reflexão e postura deste profissional.
Há um processo menor de estabilidade profissional entre os psicólogos organizacionais comparados ao de clínica e comunitário, como também é maior a discriminação sexual entre estes profissionais organizacionais.
Um dado importante é na satisfação em relação à profissão ou desejos de mudança, entre os psicólogos em geral e os da área organizacional. Verificou-se que o percentual dos psicólogos da área organizacional que desejam pela mudança de área dentro da Psicologia é bem maior do que nos outros campos de atuação. Estes colocam razões concernentes à insatisfação com as características sociais desta profissão, o que para os psicólogos em geral seriam as razões econômicas e de remuneração.
Em suma, a análise das atividades, responsabilidades e condições de trabalho do psicólogo organizacional possibilitará refletir sobre as especificações que são necessárias estabelecer no processo de formação. O profissional que se pretende não é aquele que vai ajustar-se mecanicamente às necessidades do mercado, mas um profissional capaz de restabelecer as condições que o mercado oferece, utilizando de modo competente os espaços que lhe são oferecidos.
terça-feira, 19 de outubro de 2010
PRECONDIÇÕES SOCIOCULTURAIS PARA O APARECIMENTO DA PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA NO SÉCULO XIX
José Nelson Braga da Silva
--------------------------------------------------------------------------------------
A história nos mostra que através dos tempos o homem vem passando por períodos de crises que serviram como alavanca impulsionadora para seu desenvolvimento. Em meio a tantas mudanças nos cenários políticos sociais e culturais, o homem se viu numa dinâmica de introspecção que o fazia buscar novas formas de pensamento e criar possíveis alternativas que iriam auxiliá-lo neste novo contexto social. Sem saber que com esta demanda do saber, encontraria alguns conflitos que o levariam a crises antes desconhecidas. Crises estas encontradas com seu destaque nas diversidades culturais existente em cada época que levou ao próprio ser habituado a viver em sociedade através de sistemas de grupos, quando estes tinham em seus membros, partícipes que estavam presentes a todos os passos do processo de produção.
No final do século XVIII com a chegada do capitalismo, este mesmo homem torna-se destituído do grupo que habitava, e agora ingressado neste novo sistema de produção, passa a ter contato com uma pequena parte do todo, e sendo valorado como força de trabalho em um mundo gigantesco de possibilidades que o rodeiam. E de verdade aquela vida cheia de encantos perdeu muitos espinhos que a fez moléstia, e o indivíduo que ansiava a busca pela individualidade que oferecia possibilidades de reconhecimento, constatou que a liberdade não poderia ser vivenciada de fato. Ao mesmo tempo em que se vê obrigado a exercitar sua capacidade de experienciar suas potencialidades internas na adequação do que lhe for proposto para sua existência. Ele é obrigado a recorrer a experiências de solidão antes tão temida e ao mesmo tempo ansiada, para assim poder ter consciência de sua individualidade e possibilidade de compartilhar experiências.
Aquele indivíduo outrora possuidor de pensamentos utópico onde poderia ser livre para pensar e agir sobre sua vontade, percebe que sua vontade está fundada numa crise paradoxal que lhe remete ao pensamento de que antes era muito bom coabitar um espaço onde todos se preocupavam uns com os outros de certa forma mais ou menos intencional. E esta nova experiência individual trás implícita nas suas nuances uma maneira mais individualista de comportamento social.
Existe na contemporaneidade uma força propulsora para as experiências propriamente individuais, levado em conta que cada vez mais nós podemos desenvolver coisas sozinhas, como lermos, trabalhar, se conectar com o mundo sem sequer necessite estar ocupando o mesmo espaço físico. Desta forma temos encontrado grandes avanços que possibilitam cada vez mais o indivíduo desenvolver sua subjetividade de forma mais privatizada. Um indivíduo pode fazer transações diversas através do computador, telefones e se relacionar com outros que compartilham as mesmas idéias e experiências subjetivas.
Encontramos forte comprometimento por parte do estado e das agências de controles sociais em fortalecer cada vez mais as experiências individuais visando conhecer a psicologia científica e as múltiplas formas de se observar a imaginação, sentimento, desejo, e o modo de funcionamento desta determinada individual ou coletiva. Para assim, cada vez mais as múltiplas conexões puderem ser efetivamente conhecidas e experienciadas por um maior número de pessoas dentro do espaço de tempo.
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
domingo, 17 de outubro de 2010
NOSSOS MOMENTOS 6 - AULA DO SÁBADO DIA 16/10/2010 COM A PROFESSORA ROSELI RODELA
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
RESENHA : A avaliação da profissão, segundo os psicólogos da área organizacional
Autoria:
Marcelo da Silva Barreto*
-------------------------------------------------------------------------------------------------
ANDRADE, Jairo Eduardo Borges. A avaliação da profissão, segundo os psicólogos da área organizacional. Psicol. cienc. prof. v.10 n.1 Brasília 1990.
A o texto apresenta e discute dados da pesquisa que se objetivou em avaliar o exercício da profissão segundo os psicólogos organizacionais. Buscando caracterizar o perfil destes profissionais segundo os critérios de: formação, atuação e das condições de trabalho. Para isto foram utilizadas três dimensões: status profissional, dificuldades no exercício profissional e desejos de mudança A amostra compunha de 2447 psicólogos durante os anos de 1985 e 1986.
Quanto o Status Profissional observou-se que os psicólogos organizacionais consideram sua atividade profissional relevante à comunidade, entretanto consideram também sua remuneração inadequada à atividade. Observa-se que esta é uma consideração comum entre psicólogos de áreas diferentes.
Em relação às Dificuldades Profissionais os psicólogos relataram como sendo uma das maiores dificuldades encontradas referente à formação e a experiência, no que se refere à falta de uma vivência administrativa. Cita-se também sobre a dificuldade na relação deste profissional com outros que desconhecem a contribuição do psicólogo na organização. Verificado que a interferência de outros profissionais no trabalho do psicólogo é maior nas organizações do que em outros campos de atuação deste profissional. As dificuldades também permeiam as condições de trabalho, além das condições sociais, econômicas e culturais.
No que se refere aos Desejos de Mudanças à pesquisa buscou avaliar a satisfação na profissão. Assim os resultados encontrados contemplam o questionamento sobre os que gostariam de mudar de: área de atuação dentro da psicologia correspondendo a 12%; Trabalho (emprego), permanecendo na mesma área de atuação correspondendo a 23,9%; e Profissão correspondendo a 4,8%. Percebeu-se com os dados percentuais que os psicólogos organizacionais insatisfeitos com sua área correspondem a número maior do que outros profissionais de psicologia em demais áreas.
As razões para esta insatisfação foram agrupadas em cinco categorias de respostas, que são: a) Razão de mercado /ou oportunidade correspondendo a 11,2%; b) Interesse por outras profissões (medicina, biologia, fonoaudióloga, processamento de dados, ciências exatas). Correspondendo a 11,2%; c) Razões psicológicas pessoais (motivação, decepção, desilusão, frustração, realização, gratificação, vocação) correspondendo a 18%; d) correspondendo a 18%; d) Razões econômicas e de remuneração. Insatisfação com características sociais da profissão (valorização, burocracia, restrição, desgastes, competição, desprestígio, credibilidade, resultados imediatos, elitização, seriedade). Correspondendo a 18%. Outros razões correspondem a 5,6%.
De maneira geral, considerando os resultados concluiu que os psicólogos organizacionais avaliam sua profissão como sendo uma área que oferece mais recursos, melhor remuneração e estabilidade profissional que outras áreas. Apesar das dificuldades encontradas. O autor considera que as insatisfações encontradas não se justificam por estas dificuldades, mas pelas características sociais e principalmente pela “discrepância” entre formação acadêmica e mercado de trabalho. Onde a formação volta-se mais para a área clínica e atuação liberal enquanto que o mercado oferece emprego na área organizacional com remunerações consideráveis.
REFERÊNCIA
ANDRADE, Jairo Eduardo Borges. A avaliação da profissão, segundo os psicólogos da área organizacional. Psicol. cienc. prof. v.10 n.1 Brasília 1990. Disponível em: www.scielo.org. Acesso em: 10/10/2010.
----------------------------------
NOTA
* Marcelo da Silva Barreto é graduado em História pela Universidade Tiradentes e graduando em Psicologia (6º período) pela Faculdade Pio Décimo.