terça-feira, 19 de outubro de 2010

PRECONDIÇÕES SOCIOCULTURAIS PARA O APARECIMENTO DA PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA NO SÉCULO XIX

Acadêmico:
José Nelson Braga da Silva

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A história nos mostra que através dos tempos o homem vem passando por períodos de crises que serviram como alavanca impulsionadora para seu desenvolvimento. Em meio a tantas mudanças nos cenários políticos sociais e culturais, o homem se viu numa dinâmica de introspecção que o fazia buscar novas formas de pensamento e criar possíveis alternativas que iriam auxiliá-lo neste novo contexto social. Sem saber que com esta demanda do saber, encontraria alguns conflitos que o levariam a crises antes desconhecidas. Crises estas encontradas com seu destaque nas diversidades culturais existente em cada época que levou ao próprio ser habituado a viver em sociedade através de sistemas de grupos, quando estes tinham em seus membros, partícipes que estavam presentes a todos os passos do processo de produção.


No final do século XVIII com a chegada do capitalismo, este mesmo homem torna-se destituído do grupo que habitava, e agora ingressado neste novo sistema de produção, passa a ter contato com uma pequena parte do todo, e sendo valorado como força de trabalho em um mundo gigantesco de possibilidades que o rodeiam. E de verdade aquela vida cheia de encantos perdeu muitos espinhos que a fez moléstia, e o indivíduo que ansiava a busca pela individualidade que oferecia possibilidades de reconhecimento, constatou que a liberdade não poderia ser vivenciada de fato. Ao mesmo tempo em que se vê obrigado a exercitar sua capacidade de experienciar suas potencialidades internas na adequação do que lhe for proposto para sua existência. Ele é obrigado a recorrer a experiências de solidão antes tão temida e ao mesmo tempo ansiada, para assim poder ter consciência de sua individualidade e possibilidade de compartilhar experiências.


Aquele indivíduo outrora possuidor de pensamentos utópico onde poderia ser livre para pensar e agir sobre sua vontade, percebe que sua vontade está fundada numa crise paradoxal que lhe remete ao pensamento de que antes era muito bom coabitar um espaço onde todos se preocupavam uns com os outros de certa forma mais ou menos intencional. E esta nova experiência individual trás implícita nas suas nuances uma maneira mais individualista de comportamento social.


Existe na contemporaneidade uma força propulsora para as experiências propriamente individuais, levado em conta que cada vez mais nós podemos desenvolver coisas sozinhas, como lermos, trabalhar, se conectar com o mundo sem sequer necessite estar ocupando o mesmo espaço físico. Desta forma temos encontrado grandes avanços que possibilitam cada vez mais o indivíduo desenvolver sua subjetividade de forma mais privatizada. Um indivíduo pode fazer transações diversas através do computador, telefones e se relacionar com outros que compartilham as mesmas idéias e experiências subjetivas.


Encontramos forte comprometimento por parte do estado e das agências de controles sociais em fortalecer cada vez mais as experiências individuais visando conhecer a psicologia científica e as múltiplas formas de se observar a imaginação, sentimento, desejo, e o modo de funcionamento desta determinada individual ou coletiva. Para assim, cada vez mais as múltiplas conexões puderem ser efetivamente conhecidas e experienciadas por um maior número de pessoas dentro do espaço de tempo.



Um comentário:

  1. Parabéns Nelson pelo texto.

    Sugiro aos nossos internautas que leiam também.

    Abraço!

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