sexta-feira, 15 de outubro de 2010

RESENHA : A avaliação da profissão, segundo os psicólogos da área organizacional


Autoria:

Marcelo da Silva Barreto*

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ANDRADE, Jairo Eduardo Borges. A avaliação da profissão, segundo os psicólogos da área organizacional. Psicol. cienc. prof. v.10 n.1 Brasília 1990.

A o texto apresenta e discute dados da pesquisa que se objetivou em avaliar o exercício da profissão segundo os psicólogos organizacionais. Buscando caracterizar o perfil destes profissionais segundo os critérios de: formação, atuação e das condições de trabalho. Para isto foram utilizadas três dimensões: status profissional, dificuldades no exercício profissional e desejos de mudança A amostra compunha de 2447 psicólogos durante os anos de 1985 e 1986.

Quanto o Status Profissional observou-se que os psicólogos organizacionais consideram sua atividade profissional relevante à comunidade, entretanto consideram também sua remuneração inadequada à atividade. Observa-se que esta é uma consideração comum entre psicólogos de áreas diferentes.

Em relação às Dificuldades Profissionais os psicólogos relataram como sendo uma das maiores dificuldades encontradas referente à formação e a experiência, no que se refere à falta de uma vivência administrativa. Cita-se também sobre a dificuldade na relação deste profissional com outros que desconhecem a contribuição do psicólogo na organização. Verificado que a interferência de outros profissionais no trabalho do psicólogo é maior nas organizações do que em outros campos de atuação deste profissional. As dificuldades também permeiam as condições de trabalho, além das condições sociais, econômicas e culturais.

No que se refere aos Desejos de Mudanças à pesquisa buscou avaliar a satisfação na profissão. Assim os resultados encontrados contemplam o questionamento sobre os que gostariam de mudar de: área de atuação dentro da psicologia correspondendo a 12%; Trabalho (emprego), permanecendo na mesma área de atuação correspondendo a 23,9%; e Profissão correspondendo a 4,8%. Percebeu-se com os dados percentuais que os psicólogos organizacionais insatisfeitos com sua área correspondem a número maior do que outros profissionais de psicologia em demais áreas.

As razões para esta insatisfação foram agrupadas em cinco categorias de respostas, que são: a) Razão de mercado /ou oportunidade correspondendo a 11,2%; b) Interesse por outras profissões (medicina, biologia, fonoaudióloga, processamento de dados, ciências exatas). Correspondendo a 11,2%; c) Razões psicológicas pessoais (motivação, decepção, desilusão, frustração, realização, gratificação, vocação) correspondendo a 18%; d) correspondendo a 18%; d) Razões econômicas e de remuneração. Insatisfação com características sociais da profissão (valorização, burocracia, restrição, desgastes, competição, desprestígio, credibilidade, resultados imediatos, elitização, seriedade). Correspondendo a 18%. Outros razões correspondem a 5,6%.

De maneira geral, considerando os resultados concluiu que os psicólogos organizacionais avaliam sua profissão como sendo uma área que oferece mais recursos, melhor remuneração e estabilidade profissional que outras áreas. Apesar das dificuldades encontradas. O autor considera que as insatisfações encontradas não se justificam por estas dificuldades, mas pelas características sociais e principalmente pela “discrepância” entre formação acadêmica e mercado de trabalho. Onde a formação volta-se mais para a área clínica e atuação liberal enquanto que o mercado oferece emprego na área organizacional com remunerações consideráveis.


REFERÊNCIA

ANDRADE, Jairo Eduardo Borges. A avaliação da profissão, segundo os psicólogos da área organizacional. Psicol. cienc. prof. v.10 n.1 Brasília 1990. Disponível em: www.scielo.org. Acesso em: 10/10/2010.

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NOTA

* Marcelo da Silva Barreto é graduado em História pela Universidade Tiradentes e graduando em Psicologia (6º período) pela Faculdade Pio Décimo.

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